05/03/2016

Violências


Escolhi uma fotografia que considerei de enorme beleza, quase prateada, para escrever sobre violências, espinhos na vida de muitos e de muitas.










Sei que foi uma escolha infeliz porque o que interessa são as palavras, a imagem é secundária.
Já falei sobre espinhos. Todos temos alguns, uns picam mais outros picam menos.

Se é vítima de qualquer tipo de violência, não se cale, não se envergonhe, não se acomode à espera que passe. Muitas vezes, passa da pior maneira. Não deixe que isso aconteça. Seja dono/a da vida e das suas próprias vontades.


Não se desculpe dizendo que ele ou ela gosta de si e que vai mudar, que foi um acidente, que não vai voltar a acontecer. Quando isso acontece não gosta dele/a quanto mais de si.

Não se desculpe dizendo ou pensando que a culpa é sua porque quando o outro é "doente" tudo serve de desculpa, para maltratar. Não deixe que aconteça uma única vez, vislumbre sinais, e, saia de mansinho.

Pode estar preso/a a uma vida de aparências, de bens materiais, de um pouco de segurança monetária mas isso só é importante quanto se tem vida, de nada vale depois de morto/a.

Se a situação já se encontra fora do seu controle, nos dias ou nas noites que se sentir ameaçado/a, não fique à espera que isso aconteça. Esconda as armas ou objetos cortantes que possam existir. Saia de casa, leve os seus filhos, procure ajuda. Pode parecer demasiado dramático mas olhe que não é.

Tenha sempre algum dinheiro de parte, algumas roupas e alimentos que possa levar consigo em caso de grande aflição. Cuide de si. 
Faça queixa a quem de direito ou obrigue que o outro se trate. Volto a repetir, não tenha vergonha, a culpa não é sua.

Se tem conhecimento de violências faça queixa ou enfrente a fera. Não se importe que a vítima não goste. Demonstre que não sabe quem dá ou quem leva, que não sabe quem grita ou quem se cala. Demonstre que não se quer enervar e que tem direito a viver em paz, na sua própria casa.

Temos que derrubar todos os espinhos.
Comecemos pelos nosso filhos, uma educação equilibrada pode ajudar. 
Não queremos que sejam vítimas mas temos que querer que eles também não sejam agressores.
Afinal, as prisões têm mais presos-agressores do que  presos-vítimas.
Esteja atento/a a todos os sinais, aos seus e aos dos outros.