10/02/2016


Desta vez foi diferente,

alguns anos depois, 

voltei a Monsaraz.





























Quando gosto de um lugar não costumo prometer que hei-de voltar.
O ter gostado, num determinado momento, não significa que haja a mesma satisfação e empatia, numa segunda visita.
Penso e digo que existem sítios e pessoas por conhecer, à nossa espera, não necessitamos de repetir...
Desta vez foi diferente, alguns anos depois, voltei a Monsaraz.

Não por mim, ainda guardava na nemória aquelas ruas, aquelas casas, aquelas pessoas... voltei para acompanhar, e, mostrar à minha família que ainda não conhecia.
Chuviscava.
Ao longe avistavam-se as muralhas tristes contrastando com o branco alegre do casario.
Os meus acompanhantes ficaram deslumbrados.
Estacionou-se fora das muralhas.
Percorremos as ruas, empedradas com arte e rigor, apreciando todos os pequenos pormenores.
Sempre existiu bastante cuidado nas alterações a nível de construção, comércio, artesanato e restauração.

Não falta nada mas vive-se o ambiente de um passado distante.
A energia positiva prende o turista, a este lugar, excluindo a igreja. Demasiado carregada, ambiente pesado, muito sofrimento por alí deve ter passado...

Ao aproximar-se a hora do almoço resolvemos procurar o restaurante que tinhamos visto, do parque de estacionamento, logo à chegada.
Descemos, com bastante cuidado. 
Várias "menções honrosas" coladas na porta.
Entrámos.
A dona perguntou-nos se tinhamos reserva. 

Mesmo sem reserva ficámos para almoçar. Mesa de canto com vista para a rua. Lugar de excelência. Vista deslumbrante sobre parte da água da barragem do Alqueva.
Chegaram as entradas: queijo fresco com agriões e molho de alho, queijo curado, chourição caseiro, pão quente, azeitonas... bom começo.
Tudo sem pressas. Muita conversa. Boa disposição.



























Escolher, não foi necessário fazê-lo, a dona escolheu por nós, e, escolheu muito bem: Migas de bacalhau, medalhões de porco preto, plumas de porco preto, migas de espargos, batatas fritas, arroz de legumes com passas, vinho alentejano...


























Num passeio não costumo guardar na memória aquilo que comi, desta vez também não, guardo como me senti, em casa, naquele lugar. 
Acolhedor, comida divinal, pessoas de coração aberto, passando o tempo sem dar por ele, não anotam o que se come, não anotam o que se bebe, no fim fazem-se contas, na base da confiança.
Fomos ali parar guiados pelo nosso primeiro olhar, e, tivemos muita sorte. 

Havemos de voltar, não só para comer mas para conversar, partilhar vivências, costumes, pronúncias... algarvios e alentejanos, uns falam depressa demais, comem parte das palavras, outros arrastam-nas, prolongando os seus sons. Lindo.

Atrevam-se a conhecer.
Partilhem as vossas vivências.

Um conselho, nunca criem grandes expectativas, deixem-se levar...



























Vista panorâmica.




























                                                              Palco de festas.




 Lugar de culto.