21/08/2015

O sol, quando nasce, é para todos.


Aproveita bem o raio de sol que te pertence.


Amor para sempre.



Castelo desfeito



Laura e a mãe chegaram à praia, bastante cedo.
O dia estava quente. A areia molhada convidava a um passeio.
- Queres ir correr até aos rochedos? - perguntou a mãe.
- Não, quero fazer um castelo na areia, ajudas-me? - disse Laura.
- Está bem... - respondeu a mãe, demonstrando pouco entusiasmo. Pouco vocacionada para todo e qualquer tipo de arte não queria demonstrar à filha a sua "fraqueza".
Caminharam, de mão dada, até perto da água.
Sentaram-se na areia molhada. Escavaram. Fizeram um monte. Moldaram-no com as mãos.
Surgiram ameias, surgiram portões, surgiram pontes, surgiram fossos... penas fizeram de bandeiras, pequenos troncos fizeram de pessoas.
Afastaram-se, um pouco, para admirar a obra.
- Está lindo! - exclamaram, satisfeitas.
Correram para junto das suas coisas.
A mãe abriu o sombreiro. Colocou todas as tralhas na sombra.
Tirou o protetor.
Laura aproximou-se. A mãe colocou uma camada abundante de creme nos ombros, na cara, nas pernas, nos braços, e, perguntou:
- Falta alguma parte?
- Sim. Faltam as costas.
A mãe sorriu. Espalhou mais creme nas costas.
- Laura, agora senta-te um pouco. Ouve o mar. Absorve a sua energia. - aconselhou a mãe.
Laura estendeu a toalha, e, sentou-se.
Olhou para a frente. Gritou, assustada:
- Mamã, o castelo!...
A mãe virou-se. O castelo estava desfeito. O mar veio e desfez tudo, num instante.
A menina começou a chorar.
A mãe abraçou-a.
- Não fiques triste. As coisas não ficam para sempre.
- Nada fica para sempre, mamã?
- Algumas coisas ficam para sempre, filhota.
- O quê? - perguntou Laura.
- O meu grande amor, por ti, minha fofinha...


19/08/2015

Janelas fechadas.




Janelas abertas. 

Alguém espreita.


Solidão.


Muitas vezes, única ligação ao mundo real...










Gaivotas em terra, tempestade no mar.








Antigamente, este provérbio ou dito popular era pura verdade, hoje, já não é bem assim...
Haja tempestade, haja bonança, as gaivotas permanecem em terra.

Dado que a atividade piscatória reduziu bastante, e, as gaivotas continuam a reproduzir-se a um ritmo alucinante, estas não encontram, junto dos barcos, a sua mais apetitosa fonte de alimento -  o peixe.
Invadem cidades.
Nidificam nos telhados.

Mães desesperadas procuram alimento para as gaivotas bebés. Assaltam terraços, varandas, lixeiras e quaisquer outros sítios que possam ter algo comestível.
Tenha bastante cuidado quando tentar afagar uma gaivota bebé. A mãe faz voos rasantes sobre a sua cabeça para tentar defender a sua cria.

Carros são "bombardeadas" com as suas borradelas.
Quando preparar um piquenique escolha muito bem o local. Se se aproximar uma gaivota, pedindo para partilhar a sua comida, pense bastante bem antes de efetuar essa partilha. O piar da gaivota ouve-se ao longe. A família aproxima-se, e, em poucos minutos, fica rodeado/a de gaivotas de várias cores e vários tamanhos.
O melhor a fazer é arrumar a trouxa e mudar de sítio.

No fundo, são aves bastante bonitas.
Não têm culpa de terem nascido neste tempo.

Talvez esteja na hora de alguém pensar numa boa política de planeamento familiar...






A velha muralha, florida.





Muralhas da cidade
Lagos - Algarve - Portugal


17/08/2015

Num outro sentido


Desta vez, vamos deixar o mar, conhecer o rio, seguir em direção ao campo...


O barco está pronto.



Deixar a maré subir, e, partir, por esse rio acima.

















Filetes de peixe gato e batata cozida com alho picado.


Ingredientes:


1 filete de peixe gato, por pessoa
2 batatas médias, por pessoa
alhos
óleo para fritar, de boa qualidade
farinha
sal
azeite virgem extra
sumo de limão
pickles, a gosto

Modo de preparação:


Corte os filetes em três partes. Corte em duas, as partes mais grossas.
Tempere com uma pitada de sal, alhos picados e uma gotas de limão. Reserve por cerca de trinta minutos.

Descasque batatas e leve ao lume em água e sal. Depois de cozidas tempere com alho picado e azeite virgem extra.

Passe os filetes pela farinha. Frite em óleo abundante e bem quente.

Sirva os filetes com a batata cozida. 
Acompanhe com pickles, a gosto. 
Beba um bom vinho branco ou verde.





16/08/2015


Deixa-os confusos.





Vivemos sem saber o que dizem e o que pensam de nós.
Também não tens a certeza do que pensas sobre os outros.
 Imaginas, apenas.
Nem sempre o que vês é verdade.
Somos enganados pelos nossos sentidos.

Ainda bem que, por enquanto, não temos o poder de absorver e interpretar a mente de quem nos rodeia.

O teu olhar pode demonstrar um sentimento, e, o teu verdadeiro desejo não ser aquele demonstrado.

Se dizes que ouviste dizer, já não dizes o que ouviste, verdade pura. A tua entoação das palavras, a tua expressividade facial, os teus gestos modificam todo um sentimento, não passas a mensagem certa e colocas na tua boca, um pouco, daquilo que tu pensas. 

Assim se modificam ideias, conceitos, mentalidades, personalidades...Por isso, existem atores.Todos somos atores... uns muito melhores do que outros.

Não tecendo juízos de valor sobre os outros, estamos a dar a cada um, a oportunidade de conhecer o outro, por si só. Cada avaliação, pessoal, é diferente. Só os grandes defeitos ou as grandes virtudes dão nas vistas.

O silêncio pode ser o melhor caminho.

Dirão:

- Tem a mania que é bom/boa.

Será que dizem?

Que importa? Não conseguem modificar aquilo que pensas e não dizes ou não queres dizer.

Não dês importância. És a única pessoa que se conhece, na realidade.

Experimenta:

Se estás feliz, demonstra tristeza.

Se estás triste, demonstra alegria.

Deixa-os confusos. 



Bom dia, sol.



Amanhecer, no campo.