O dia seguinte
Dia de Natal.
Pela manhã.
Pé ante pé.
Desarrumação.
Sala desfeita, qual vendaval, qual tornado.
Sofá livre.
Café na mão.
Outrora criança, ansiando por este momento, descobrir brinquedos e novidades, desembrulhadas à pressa, na noite anterior.
Hoje adulta, ansiando por este momento, contemplação, recordações e pouca vontade de voltar a arrumar.
O tempo passa, mudam as prioridades, mudam expetativas, mudam os sonhos...
De repente, fica um vazio, um silêncio, uma tristeza...
Não pode ser.
Dizem que é tempo de alegria.
Que assim seja, mas que não seja só porque é Natal.